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Carol Almeida Terapias

Família de Todas as Cores: minha contribuição no livro Psicogenealogia: Temas e Reflexões

Família de Todas as Cores: minha contribuição no livro Psicogenealogia: Temas e Reflexões

“Nem tudo o que molda nossas escolhas é consciente. As histórias que nos constituem carregam legados de amor, de dor e que, muitas vezes, estão ocultos. Olhar para elas é um ato de liberdade.”

Revisitar a história familiar é, portanto, um gesto que exige coragem e delicadeza. Muitas vezes, porém, não temos plena consciência das forças silenciosas que, sutilmente, moldam nossos afetos, escolhas e sentimentos de pertencimento. É justamente nesse campo — entre o visível e o não dito — que a psicogenealogia atua.

O livro Psicogenealogia: Temas e Reflexões, organizado por Monica Justino e Vera Helena Villela de Andrade La Laina Sene, nasce, portanto, da necessidade de ampliar o acesso a essa abordagem no Brasil. Além disso, como destaca Monica Justino na apresentação da obra:

“Ao conhecer a Psicogenealogia, em 2006, fiquei surpresa ao perceber a quase inexistência de material disponível sobre essa abordagem no Brasil. […] Sinto-me na responsabilidade de continuar escrevendo e estimulando que mais profissionais, capacitadas e especializadas em Psicogenealogia, desenvolvam novos artigos e referências, a partir de seus saberes e práticas, para ampliar a disseminação desse conhecimento.” (Justino, 2025)

Novas percepções sobre as heranças familiares.

Minha contribuição para esse projeto é o capítulo Família de Todas as Cores: desvendando os impactos do mito da democracia racial nas dinâmicas familiares no Brasil.

Neste trabalho, proponho, antes de tudo, uma reflexão sobre como a ideia de uma igualdade racial, amplamente difundida no imaginário social brasileiro, repercute diretamente nos afetos, vínculos e modos de reconhecimento das dinâmicas familiares.

A partir da psicogenealogia, reflito sobre como esse mito se infiltra, de forma sutil e persistente, na estrutura psíquica e relacional, transmitindo pactos inconscientes, silêncios e exclusões que atravessam gerações. Dessa forma, trata-se de uma abordagem que convida à escuta sensível das camadas ocultas do trauma racial nas relações familiares brasileiras.

Migrações, luto, identidade e vínculos herdados

Além do meu capítulo, o livro reúne outras contribuições valiosas que, por diferentes caminhos, ajudam a compreender como a história familiar opera dentro de nós. Entre os temas abordados, destacam-se:

  • Os efeitos da imigração italiana no Brasil e as marcas de lealdade familiar e neurose de classe, analisados pela ótica da psicogenealogia;
  • O impacto do luto não reconhecido e da dor emocional reprimida nos vínculos familiares e afetivos;
  • As influências das histórias herdadas (transgeracionalidade) na construção da identidade, integrando, assim, saberes da Psicanálise, da Psicogenealogia e da abordagem Sistêmica.

Juntas, essas abordagens nos ajudam a reconhecer que, muitas vezes, o que carregamos não é exatamente nosso — mas que, com consciência, podemos transformar aquilo que herdamos.

Psicogenealogia como caminho para transformar heranças invisíveis

Psicogenealogia: Temas e Reflexões propõe, com sensibilidade e profundidade, uma escuta ampliada para as heranças invisíveis, convidando cada leitor a reconhecer, nomear e ressignificar as marcas transgeracionais que reverberam em sua história.

Entender as histórias familiares, sob a perspectiva da psicogenealogia, é, portanto, compreender que os traumas familiares não pertencem apenas ao passado: são movimentos vivos que, incessantemente, pedem reconhecimento, elaboração e integração.

É nesse conjunto de ideias, experiências e práticas que Psicogenealogia: Temas e Reflexões se torna uma obra de referência: um instrumento fundamental para terapeutas, pesquisadores e para todos aqueles que, de alguma maneira, desejam compreender, de forma mais profunda, as dinâmicas familiares e seus efeitos nas trajetórias individuais e coletivas.

Mais do que uma obra técnica, o livro reafirma, de maneira contundente, a importância de integrar teoria, prática e vivência — oferecendo, com isso, subsídios preciosos para a ampliação da consciência crítica e a transformação dos vínculos herdados.

Como sintetiza Monica Justino na apresentação: o livro nasce do desejo de “fomentar a escrita, a pesquisa e o pensamento crítico em Psicogenealogia, respeitando as histórias, as práticas e a diversidade de olhares” (Justino, 2025).

Que a leitura de Psicogenealogia: Temas e Reflexões seja, para cada leitor e cada leitora, uma oportunidade única de enxergar suas raízes com um olhar ampliado e sensível — construindo, assim, novos sentidos para o pertencimento e o reconhecimento da história familiar.

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As marcas do mito da democracia racial nas famílias brasileiras: uma análise pela perspectiva da psicogenealogia

Na segunda metade do século XIX, enquanto o Brasil tentava se redefinir após a abolição da escravidão, a Teoria Eugenista passou a orientar políticas públicas e alimentar imaginários sociais. Defendia-se, portanto, a ideia de que existia uma “raça superior” — branca, europeia, mais civilizada — e que, por isso, o país deveria adotar o embranquecimento como projeto de nação. Inspiradas nas teorias raciais europeias, as elites brasileiras sustentavam que o progresso nacional dependeria, sobretudo, da imigração europeia, responsável por clarear gradativamente a população.

A pintura A Redenção de Cam, de Modesto Brocos, tornou-se, nesse sentido, símbolo visual desse ideal. A cena — uma avó negra, uma mãe mestiça e um neto branco — ilustra, com clareza, a ideologia do embranquecimento em ação.

Democracia racial: o mito que mascara a violência

Nas primeiras décadas do século XX, esse imaginário originou, por conseguinte, um discurso que se fortaleceu rapidamente: o de que o Brasil havia se tornado uma democracia racial. Na obra Casa-Grande & Senzala, Gilberto Freyre descreveu as relações entre senhores e escravizados como harmônicas, defendendo que a miscigenação criara um povo cordial e unido, livre de antagonismos raciais profundos. Entretanto, essa narrativa ignorava — ou escondia deliberadamente — a violência sistemática, o apagamento cultural, os abusos e a resistência presentes, desde o início, na formação social brasileira.

A partir da segunda metade do século XX, autores como Florestan Fernandes passaram a questionar essa visão. Eles demonstraram, com base em evidências concretas, que se tratava de um mito que, ao se repetir, impedia a sociedade de reconhecer desigualdades concretas, exclusões históricas e a marginalização de negros e indígenas. Além disso, esse mito não ficou restrito às ideias; ele se manifestou nas estruturas sociais e, sobretudo, nas formas de afeto moldadas dentro das famílias brasileiras.

Pensando o racismo como trauma transgeracional

A psicogenealogia entende que traumas históricos não permanecem no passado. Eles se internalizam, repetem e se expressam em sintomas, silêncios e padrões familiares. Tudo aquilo que ninguém elaborou se transforma, inevitavelmente, em padrão. O que não se nomeou, por sua vez, vira crença. A filósofa e psicanalista Lélia Gonzalez denominou os efeitos psíquicos dessa idealização racial como neurose cultural brasileira — uma estrutura coletiva que naturaliza o racismo, silencia violências e transforma desigualdades em rotina.

Essa neurose atravessa gerações e influencia de forma profunda a identidade e os laços familiares. Por isso, proponho, no trabalho psicogenealógico, reconhecer a escravidão e o racismo como traumas transgeracionais e, além disso, investigar como o mito da democracia racial atravessa, silenciosamente, as dinâmicas familiares.

Como o mito da democracia racial se expressa nas relações afetivas

Exploro esse olhar com mais profundidade no artigo Família de todas as cores: desvendando os impactos do mito da democracia racial nas dinâmicas familiares no Brasil, publicado no livro Psicogenealogia: temas e reflexões (2025). Nesse texto, proponho incorporar, ainda, os conceitos de neurose cultural brasileira, de Lélia Gonzalez, e o pacto narcísico da branquitude, de Maria Aparecida Bento, à psicogenealogia. Ambos ajudam a compreender como os privilégios se perpetuam e como as lógicas de pertencimento funcionam, muitas vezes, por meio de exclusão racial.

Essas lógicas surgem disfarçadas de cuidado, conselho ou elogio. Frases como:
– “Ela tem traços finos.”
– “É negra, mas é bonita.”
– “Cabelo liso é mais apresentável.”

…revelam, portanto, crenças internalizadas que associam valor, beleza e dignidade à estética branca. Pactos inconscientes definem quais corpos merecem afeto pleno e quais precisam, portanto, se moldar para caber. Essas ideias se instalam no cotidiano, estruturam expectativas, afeições e até, em muitos casos, as possibilidades de pertencimento.

Curar não é esquecer: é reconhecer e reorganizar

Como escreveu bell hooks: “Embora quisesse conhecer o amor, tinha medo de ter intimidade de fato.” Essa frase recorda que o modo como se aprende a amar nasce de heranças afetivas. Muitas famílias negras e miscigenadas aprenderam o afeto em contextos de escassez emocional, sobrecarga e dureza — especialmente quando o reconhecimento da identidade foi negado ou condicionado.

Reconhecer esses legados não significa reviver a dor como destino, mas, antes, compreendê-la como passagem. Como afirmou Lélia Gonzalez:
“A gente não nasce negro, a gente se torna negro. É uma conquista dura, cruel e que se desenvolve pela vida da gente afora.”

Ao trazer a questão racial para o centro da escuta psicogenealógica, criamos espaço para acolher memórias negadas, afetos distorcidos, silêncios herdados e crenças transmitidas sem consciência. Assim, a identidade se reconecta com a verdade, os vínculos se reorganizam e as relações deixam de se basear em pactos de apagamento para se fundarem, gradativamente, em escolhas conscientes, enraizadas na dignidade e na liberdade de ser. Nesse gesto delicado, persistente e amoroso, começa, de fato, o trabalho de transformação.

Nós trabalhamos cuidadosamente esses e muitos outros temas em nosso atendimento terapêutico. Clique aqui e descubra como podemos acompanhar você nessa jornada.

O III Simpósio Internacional de Psicogenealogia: quando a história familiar encontra o compromisso com a transformação

Entre os dias 28 e 30 de março, em Florianópolis, aconteceu o III Simpósio Internacional de Psicogenealogia, um dos principais encontros dedicados ao campo das heranças transgeracionais. Nesse contexto, reunindo profissionais do Brasil e da França, o evento foi um espaço vivo de escuta, partilha e aprofundamento.

O TEMA DESTE ANO

“Memórias familiares: amores e traumas – Vamos falar de amor?” — propôs um olhar sensível e comprometido sobre o afeto como lugar de transmissão, silenciamento e, também, de transformação.

Durante os três dias, o público teve a oportunidade de dialogar com nomes fundamentais da Psicogenealogia, como Noëlle Lamy, Bruno Clavier, Marie Noëlle, Jean-Philippe Brébion, Vicent de Gaulejac, Pierre Ramaut, Danielle Flaumenbaum, Mônica Justino, entre outros. Assim, foi uma oportunidade potente de troca e aprendizado.

MESA REDONDA

Tive a alegria de integrar a mesa redonda “A complexidade das relações afetivas”, com a apresentação “O mito da democracia racial e suas marcas nas relações afetivas”.

Minha proposta foi refletir sobre como o mito da democracia racial — narrativa criada no Brasil para sustentar a ideia de uma convivência harmoniosa entre diferentes grupos raciais — se infiltra silenciosamente nos vínculos familiares. De fato, ao negar o racismo como estrutura social, esse mito transforma a exclusão em norma, especialmente para pessoas negras de fenótipo mais marcado. Consequentemente, quando essa dimensão não é nomeada nas histórias familiares, o afeto se torna assimétrico, condicionado à negação da identidade.

A partir disso, com base na Psicogenealogia e no conceito de neurose cultural brasileira, elaborado por Lélia Gonzalez, compartilhei um estudo de caso clínico que evidencia como essas marcas se expressam no corpo e nas relações. Além disso, falei também sobre a importância de integrar a questão racial no trabalho com o genossociograma, como forma de ampliar o reconhecimento, reorganizar o pertencimento e criar vínculos mais verdadeiros.

Portanto, participar desse Simpósio foi, para mim, um gesto de responsabilidade com o campo da Psicogenealogia. Trazer a questão racial para o centro da escuta é também contribuir para que essa escuta seja mais ampla, consciente e reparadora.

Por fim, gratidão à organização do evento, às colegas de mesa e a todas as pessoas que compuseram esse encontro.

Clique aqui e veja mais fotos do congresso.

Reconecte-se com sua essência através da sua história

Psicogenealogia, Constelação Familiar e terapias integrativas: caminhos para transformar padrões herdados e viver com mais consciência. É hora de se reconectar com sua essência.

Você já percebeu que certos desafios continuam se repetindo, mesmo depois de tanto esforço para mudar?
Relacionamentos que travam, dificuldades em se posicionar, sentimentos confusos que parecem não ter origem clara.

Na verdade, esses ciclos quase sempre têm uma origem. E, muitas vezes, essa origem não está apenas em você.
Ao longo do tempo, muitas dores, bloqueios e comportamentos são transmitidos dentro do campo familiar. Eles podem nascer de vivências na infância, no momento do nascimento ou até mesmo de traumas herdados inconscientemente de nossos ancestrais.

Por isso, nos atendimentos que conduzo, buscamos olhar para essas histórias com responsabilidade, sensibilidade e presença.
Em vez de apagar o passado, propomos compreendê-lo profundamente — assim, você ganha liberdade para fazer escolhas mais conscientes no presente e abrir novos caminhos para o futuro.


Como funcionam os atendimentos

As sessões duram, em média, de 40 minutos a 1 hora.
No primeiro encontro, é ideal reservar um tempo maior. Dessa forma, conseguimos explorar sua história com mais calma e clareza.
A frequência dos atendimentos pode ser quinzenal ou adaptada conforme as necessidades do seu processo.


Abordagens integradas

Ao longo do acompanhamento, integro diferentes abordagens terapêuticas, escolhidas conforme o momento que você está vivendo e os temas que surgem:

  • Psicogenealogia
  • Exercícios sistêmicos de Constelação Familiar
  • ThetaHealing
  • Reiki
  • Terapia Floral
  • QuantumBeing

Em cada sessão, avalio junto com você qual técnica faz mais sentido naquele momento. Com isso, garantimos um processo mais alinhado às suas necessidades reais.

No caso da Constelação Familiar, a sessão tem um formato próprio, com duração mais longa. Essa abordagem é especialmente recomendada quando há uma questão familiar ou ancestral que precisa ser vista com profundidade.


Modalidades de atendimento

  • Online, para todo o Brasil e também para quem vive no exterior
  • Presencial, em Belo Horizonte

Este é um espaço de escuta ativa, cuidado profundo e transformação real.
Se você sente que é hora de ir além dos sintomas, reconhecer suas raízes e viver com mais consciência da própria história, este caminho pode ser para você.

Agende sua Consulta.

Psicogenealogia: o que é e como influencia sua vida

Embora possa parecer que nossas experiências se originam apenas em nossa história pessoal, elas frequentemente se conectam com camadas mais profundas. Nesse sentido, a psicogenealogia oferece uma abordagem terapêutica que investiga o sistema familiar para compreender, com mais amplitude, como traumas, vínculos e dinâmicas herdadas seguem influenciando silenciosamente nossa vida.


O que é Psicogenealogia?

De maneira geral, a psicogenealogia parte do princípio de que cada pessoa carrega uma herança emocional e psíquica transmitida de geração em geração. Essa transmissão, além de simbólica e afetiva, também pode se manifestar no corpo — por meio de sintomas físicos que não encontram causa médica evidente.

Em outras palavras, mesmo sem termos consciência dos eventos passados, nossas emoções e comportamentos frequentemente ecoam histórias familiares não resolvidas.

Assim, traumas, segredos, perdas e exclusões não elaboradas se repetem como padrões emocionais, sintomas físicos, relacionamentos disfuncionais ou bloqueios existenciais.

Dessa forma, o objetivo da psicogenealogia não é fazer uma leitura linear da história familiar, mas sim investigar a lógica oculta que estrutura a vida emocional dentro da árvore genealógica.


Três movimentos inconscientes estruturam essa transmissão:

1. Projeção

Desde o início da vida, o indivíduo já carrega expectativas: frequentemente, ele é visto como um desejo, uma solução, um substituto ou uma reparação. Portanto, ainda antes do nascimento, ele pode ocupar um lugar simbólico dentro do sistema familiar. Como resultado, essa projeção influencia sua trajetória, impondo pesos e expectativas que não lhe pertencem de forma consciente.

2. Identificação

Durante a infância, somos rotulados, comparados e, muitas vezes, “equiparados” a outras pessoas da família. Nesse processo, herdamos não apenas características físicas, mas também destinos, crenças e conflitos.
Consequentemente, essa identificação — ainda que inconsciente — nos limita, moldando nossa forma de estar no mundo.

3. Repetição

O que permanece sem elaboração tende a se repetir.
Revivemos histórias nos vínculos afetivos, nas escolhas profissionais e nas rupturas.
Como se o sistema, por meio de nossas ações, tentasse completar algo que ficou em suspenso.
Por isso, essas repetições revelam uma lealdade profunda, ainda que silenciosa, às dores e vivências que vieram antes de nós.


A lógica emocional da árvore genealógica

Mais do que um registro de datas e nomes, a árvore genealógica carrega vínculos, memórias e emoções.
Através da psicogenealogia, essa estrutura é vista como um campo simbólico e dinâmico.

Utilizamos o genossociograma — um recurso gráfico que amplia a visão da árvore familiar — para identificar padrões repetitivos, vínculos ocultos e histórias silenciadas.

Além disso, buscamos entender quais emoções ficaram estagnadas, quais perdas não foram elaboradas, e como esses fatores seguem ecoando nos descendentes.

Eventos como abortos, lutos mal resolvidos, mortes traumáticas, falências, exclusões e relações idealizadas influenciam comportamentos e decisões, muitas vezes sem que a pessoa perceba. Por isso, olhar para essas camadas com clareza traz a possibilidade de transformação real.


Para que serve a Psicogenealogia?

A psicogenealogia atua como ferramenta terapêutica para:

  • Interromper padrões repetitivos ligados a lealdades inconscientes;
  • Compreender sintomas emocionais e físicos que não se explicam apenas pela biografia individual;
  • Reconhecer vínculos simbólicos que limitam escolhas ou geram autossabotagens.

Em vez de buscar culpados, o processo convida à responsabilização consciente:
ou seja, nomear o que foi negado, incluir o que foi excluído e devolver ao sistema aquilo que não precisa mais ser carregado.


A Psicogenealogia como caminho terapêutico

Esse trabalho pode fazer parte de um processo terapêutico contínuo ou ocorrer de forma pontual, como uma investigação específica.
Ao construir o genossociograma e escutar com profundidade, é possível identificar padrões emocionais e entender os significados simbólicos das repetições.

Desse modo, reconhecemos o que pode ser liberado e o que precisa ser reintegrado — com presença, consciência e respeito à história familiar.


A herança que podemos transformar

A psicogenealogia mostra que muitas das histórias que vivemos não começaram conosco.
Na verdade, seguimos sentindo dores que não nos pertencem.
No entanto, ao reconhecermos esses padrões, criamos a chance de transformá-los.

Conhecer sua história não significa se prender ao passado.
Pelo contrário, significa se libertar do que não precisa mais ser repetido.
Acima de tudo, é um convite para assumir, com clareza e liberdade, o direito de viver algo novo.

Nós trabalhamos cuidadosamente esses e muitos outros temas em nosso atendimento terapêutico. Clique aqui e descubra como podemos acompanhar você nessa jornada

Memória, Legado e a Conquista Transgeracional

Ainda Estamos Aqui: Memória, Legado e a Conquista Transgeracional de Fernanda Torres

Conquista Transgeracional. A história de uma pessoa nunca começa nela mesma. O passado deixa rastros, e essas marcas são transmitidas de geração em geração. Muitas vezes, algumas conquistas não acontecem de forma imediata; elas exigem tempo, amadurecimento e, muitas vezes, ultrapassam a vida de quem as sonhou primeiro. Assim, a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro e no Oscar de Melhor Filme não é apenas um feito individual. Pelo contrário, ela reflete como a memória e o legado familiar moldam trajetórias de maneira profunda e transformadora.

A Conexão entre Mãe e Filha: Conquistas que Transcendem o Tempo

Ao dedicar seu prêmio à mãe, Fernanda Montenegro, Fernanda Torres reforça um princípio essencial: nenhuma conquista é isolada. De fato, há 25 anos, sua mãe esteve naquele mesmo espaço, concorrendo por Central do Brasil. O tempo avançou, mas o caminho trilhado por ambas segue presente, provando que o reconhecimento pode vir tardiamente, mas nunca desconectado da história que o antecedeu. Às vezes, é preciso mais de uma geração para que um sonho se concretize. Isso significa que a continuidade do legado torna a conquista ainda mais significativa, oferecendo uma visão mais ampla de perseverança e conexão.

Lealdade Positiva: Um Legado de Sucesso entre Gerações

A relação entre Fernanda Montenegro e Fernanda Torres vai além do talento. Elas compartilham uma herança emocional e profissional, onde o passado de uma fortalece a jornada da outra. No cinema, no teatro e na televisão, mãe e filha não competem, mas ampliam o legado familiar. Esse exemplo de lealdade positiva, um conceito da psicogenealogia, demonstra como valores e talentos podem ser transmitidos entre gerações de forma saudável e construtiva. Em vez de repetir padrões inconscientes ou carregar o peso da ancestralidade como um fardo, Fernanda Torres integra a história de sua mãe à sua própria trajetória de maneira consciente, criando um vínculo que fortalece a ambas.

Preservando a Memória: A Importância do Registro na História Familiar

Se no cinema a continuidade familiar é evidente, a história de Marcelo Paiva nos lembra que a memória é outro pilar essencial na construção da identidade. Seu livro, que inspirou o filme Ainda Estou Aqui, revisita a história de sua família e a ausência deixada pelo desaparecimento de seu pai durante a ditadura militar. Mais do que um relato pessoal, essa narrativa reflete como as histórias familiares se conectam com acontecimentos históricos maiores. Além disso, preservar essas histórias é fundamental para a construção da identidade individual e coletiva.

A trajetória da família Paiva, assim como muitas outras, carrega as marcas de um passado que não se encerra, mas que pode se ressignificar a cada nova geração. O filme dirigido por Walter Salles transforma esse percurso de dor, silenciamento e ausência em um registro que impede que o passado se apague. Mais importante ainda, fortalece a compreensão de que as lutas de uma geração muitas vezes só encontram respostas na seguinte. Dessa maneira, a memória se torna uma ferramenta vital de transformação e continuidade.

Conclusão: A História Familiar Como Alicerce para o Futuro

Na psicogenealogia, entendemos que nossa história individual está profundamente entrelaçada às vivências de nossos antepassados. O que herdamos vai além de traços físicos ou talentos: carregamos também marcas emocionais, padrões familiares e até destinos interrompidos que, muitas vezes, buscamos ressignificar sem perceber. E, mais do que isso, nossas histórias familiares estão inseridas em um contexto coletivo maior. Cada trajetória individual se cruza com movimentos históricos e sociais que também influenciam o desenrolar das conquistas.

A trajetória de Fernanda Torres é um exemplo claro de como uma conquista pode começar em uma geração e se concretizar na seguinte. Isso não diminui o mérito de quem a alcançou, mas sim reafirma a força da continuidade e do legado. Da mesma forma que sua mãe pavimentou um caminho para que seu talento brilhasse, a família Paiva carrega em sua luta a resistência de uma história que se recusa a ser esquecida. Ambas as histórias demonstram como o passado continua vivo em nós, atravessando gerações e nos convidando a dar novos significados à dor.

No caso da família Paiva, a ressignificação não apaga a violência sofrida nem minimiza a injustiça, mas reafirma a importância da memória como ferramenta de transformação. Dessa forma, memória e legado não são apenas lembranças do que passou, mas forças poderosas que impulsionam o futuro. Enquanto soubermos reconhecer nossas raízes, continuaremos avançando. Ainda estamos aqui, e seguiremos.

Clique aqui e descubra como podemos acompanhar em sua jornada.

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