Carol Almeida Terapias

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O III Simpósio Internacional de Psicogenealogia: quando a história familiar encontra o compromisso com a transformação

Entre os dias 28 e 30 de março, em Florianópolis, aconteceu o III Simpósio Internacional de Psicogenealogia, um dos principais encontros dedicados ao campo das heranças transgeracionais. Reunindo profissionais do Brasil e da França, o evento foi um espaço vivo de escuta, partilha e aprofundamento.

O tema deste ano —
 “Memórias familiares: amores e traumas – Vamos falar de amor?” — propôs um olhar sensível e comprometido sobre o afeto como lugar de transmissão, silenciamento e, também, de transformação.

Ao longo dos três dias, o público teve a oportunidade de dialogar com nomes fundamentais da Psicogenealogia, como Noëlle Lamy, Bruno Clavier, Marie Noëlle, Jean-Philippe Brébion, Vicent de Gaulejac, Pierre Ramaut, Danielle Flaumenbaum, Mônica Justino, entre outros. Uma oportunidade potente de troca e aprendizado.

Tive a alegria de integrar a mesa redonda “A complexidade das relações afetivas”, com a apresentação “O mito da democracia racial e suas marcas nas relações afetivas”.

Minha proposta foi refletir sobre como o mito da democracia racial — narrativa criada no Brasil para sustentar a ideia de uma convivência harmoniosa entre diferentes grupos raciais — se infiltra silenciosamente nos vínculos familiares. Ao negar o racismo como estrutura social, esse mito transforma a exclusão em norma, especialmente para pessoas negras de fenótipo mais marcado. E, quando essa dimensão não é nomeada nas histórias familiares, o afeto se torna assimétrico, condicionado à negação da identidade.

Com base na Psicogenealogia e no conceito de neurose cultural brasileira, elaborado por Lélia Gonzalez, compartilhei um estudo de caso clínico que evidencia como essas marcas se expressam no corpo e nas relações. Falei também sobre a importância de integrar a questão racial no trabalho com o genossociograma, como forma de ampliar o reconhecimento, reorganizar o pertencimento e criar vínculos mais verdadeiros.

Participar desse Simpósio foi, para mim, um gesto de responsabilidade com o campo da Psicogenealogia. Trazer a questão racial para o centro da escuta é também contribuir para que essa escuta seja mais ampla, consciente e reparadora.

Gratidão à organização do evento, às colegas de mesa e a todas as pessoas que compuseram esse encontro.

Clique aqui e veja mais fotos do congresso.

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