Carol Almeida Terapias

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Psicogenealogia: o que é e como influencia sua vida

Nem tudo que sentimos, escolhemos ou evitamos começou em nós.
 Muitas vezes, o que vivemos é a continuação inconsciente de algo que ficou mal resolvido em uma geração anterior.

A psicogenealogia é uma abordagem terapêutica que investiga o sistema familiar, com o objetivo de compreender como traumas, vínculos e dinâmicas vividas por nossos antepassados seguem atuando silenciosamente sobre nossas vidas.

O que é Psicogenealogia?

A psicogenealogia parte do princípio de que somos atravessados (qual palavra pode substituir essa)  por uma herança emocional e psíquica transmitida de geração em geração.
 Essa transmissão ocorre de forma simbólica, afetiva ou até somatica (o que aqui pode ficar mais claro)— mesmo quando não temos conhecimento da origem.

Traumas, segredos, exclusões, perdas e histórias que não puderam ser elaboradas se perpetuam como padrões repetitivos, sintomas emocionais ou físicos, relacionamentos disfuncionais ou limitações existenciais que insistem em se manifestar.

O trabalho da psicogenealogia não é voltado à análise linear dos fatos, mas à investigação da lógica invisível que organiza a vida psíquica dentro de uma árvore familiar.

Três movimentos inconscientes estruturam essa transmissão:

 Projeção

Desde a concepção, o indivíduo já é projetado: como desejo, como solução, como substituto. Antes mesmo de nascer, ele já ocupa um lugar simbólico. Essa expectativa marca o início de uma trajetória que muitas vezes carrega um peso que não lhe pertence.

 Identificação

Durante a infância, somos nomeados, rotulados e comparados. Tornamo-nos, simbolicamente, “iguais a alguém” — e com isso, herdamos mais que traços: herdamos destinos, conflitos, dívidas emocionais. A identificação é um elo poderoso, mas também limitador.

 Repetição

O que não foi elaborado tende a se repetir. Repetimos histórias nos afetos, nas escolhas profissionais, nas rupturas. Como se o sistema familiar, por meio de nós, tentasse completar algo que ficou suspenso. Essas repetições não são conscientes — mas revelam a profundidade da lealdade invisível que temos à nossa origem.

A lógica emocional da árvore genealógica

A psicogenealogia nos convida a olhar para a árvore genealógica não como um registro biográfico, mas como um sistema de vínculos.

Por meio do genossociograma — uma representação gráfica expandida da árvore genealógica—, investigamos não apenas os nomes e datas, mas os padrões emocionais que se repetem ou se ocultam. O que se busca é compreender quais vínculos foram negados, quais histórias foram silenciadas e como isso ainda ressoa nos descendentes.

Exclusões, lutos não elaborados, abortos, falências, eventos trágicos, relações rompidas ou idealizadas, mortes traumáticas — tudo isso pode, sem que se perceba, moldar comportamentos, reações, decisões.

Para que serve a Psicogenealogia?

O trabalho com psicogenealogia permite:

  • Interromper padrões repetitivos que se perpetuam por lealdade inconsciente;

  • Compreender sintomas emocionais ou físicos que resistem à lógica biográfica;

  • Reconhecer vínculos simbólicos ocultos que limitam escolhas ou perpetuam sabotagens;

Não se trata de buscar culpados, nem de “culpar os antepassados”.
 Trata-se de nomear o que foi negado, incluir o que foi excluído e liberar o que não precisa mais ser carregado.

A Psicogenealogia como caminho terapêutico

O processo pode ser realizado dentro de uma jornada terapêutica ou como investigação pontual. A construção do genossociograma, aliada à escuta clínica, permite identificar padrões, entender os sentidos simbólicos das repetições e reconhecer quais heranças emocionais podem, enfim, ser devolvidas ao sistema.

A herança que podemos transformar

A psicogenealogia nos mostra que há histórias que não vivemos, mas que seguimos contando.
 Há dores que não são nossas, mas que seguimos sentindo.
 E há padrões que, uma vez reconhecidos, podem ser finalmente interrompidos.

Conhecer sua história não é se prender ao passado — é se liberar do que não precisa mais ser repetido.
 É, acima de tudo, assumir o direito de viver algo novo.

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